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Notícias > Lixo tecnológico que vira arte

Publicado em 18/01/2010

Artista brasileira inova com bijuterias e quadros feitos com lixo tecnológico

 

 

                                              

 

 

Tudo começou há cinco anos, quando a impressora e o computador da artista paulista Naná Hayne quebraram e ela teve um ataque de raiva com a situação. “Dei um puxão no cabo da impressora, e ela se rompeu. Vi pela primeira vez o que tinha dentro... fios coloridos. Aí, abri também o computador, olhei a placa-mãe e pensei: ‘gente, parece Brasília’ e ali aconteceu a paixão. Foi o meu despertar para a reutilização do lixo digital”, conta ela. Para a artista, o que era algo estragado e sem valor virou uma nova inspiração. A partir daquele momento, ela passou a pesquisar componentes eletrônicos e examinar os materiais da indústria de tecnologia. Depois disso, não parou mais de trabalhar com reaproveitamento, combate ao desperdício e, o mais importante, segundo ela: a conscientização das pessoas por meio desses materiais. “As pessoas não percebem o valor que existe no que consideram apenas porcaria, lixo, sem função”, comenta Naná.

 

Os materiais utilizados em suas criações, considerados lixo tecnológico, são obtidos com técnicos de informática, amigos e outras pessoas. “Muita gente me procura para fazer doação. São pessoas que têm uma preocupação ambiental, mas não sabem onde descartar seus antigos eletroeletrônicos”, comenta ela. Ou seja, o que não falta “matéria-prima” para a artista, cuja quantidade de lixo eletrônico recebida é enorme. Porém, falta um local adequado para colocar tudo o que é doado e estrutura para alavancar um projeto maior, envolvendo comunidades, ensino e geração de renda.

O perfil dos compradores das peças, segundo Naná é geralmente gente preocupada com o meio ambiente, além de nerds e geeks, que conhecem e curtem tudo que é voltado à tecnologia e reconhecem facilmente cada componente, notando a beleza da composição, apesar da artista receber muitos elogios e manifestações espontâneas dos mais diversos tipos de pessoas para adquirir suas peças.

 

                                                                       

 

Naná conta também que a difusão de seu trabalho no Brasil, ainda é pequena. “Tenho muito mais convites para participar de feiras no exterior, do que no Brasil, como o evento realizado em Roma, a Scart Attack da SuiteCase Magazine, onde fui notícia na ultima edição. Neste evento, a única exigência que me fizeram, foi a de estar lá pessoalmente, sem cobrança de taxas ou percentual das vendas. A intenção é justamente que o artesão tenha apoio para crescer, uma vez que está propondo algo inovador e de interesse global. Mas não pude participar por conta dos gastos que teria com a viagem. Outra matéria sobre meu trabalho e o estilo criado por mim denominado: “TecnoSteampunk”, que é a mescla das TecnoJóias com o SteamPunk, está para sair em um dos cadernos de notícias mais bem conceituados da Itália ainda este mês. E aqui, pouco se fala.  Estou conseguindo um bom mercado fora do país, também porque meu namorado é italiano e disponibilizou um espaço de exposição permanente para minhas peças em seu bar, onde a maior frequência é de pessoas ligadas às artes e intelectuais. Já busquei empresas fabricantes e fiz propostas de eventos específicos da área de tecnologia ou ações relacionadas a isso no Brasil, onde poderia, sem dúvida, fazer algo inusitado, como um estande totalmente trabalhado com o lixo eletrônico. Mas não obtive respostas. O que encontro são muitos ‘marketeiros ambientais’, que fazem propostas, sugerindo que você trabalhe gratuitamente. Mas o artista não vive de graça, esta é a minha resposta para eles!”, diz ela.

 

O preço das peças é relativo. Naná considera que ainda vende suas criações muito barato no mercado. “O italiano Manuel Bozzi -, que foi, inclusive, assunto na imprensa brasileira, faz dentre outros trabalhos, anéis de teclas. Cada um custa EUR 172,00, enquanto que os meus, às vezes, cobro R$10,00. Então, creio que não tenho reconhecimento ao meu trabalho, em próprio meu país”.

 

                                                                   

 

Naná acredita que a consciência ambiental é uma questão educacional. “Tive a sorte de ter tido uma avó, que ficou viúva com 23 anos de idade, com 5 filhos para criar e cumpriu sua missão com uma determinação estupenda, inúmeras dificuldades, mas onde prevaleceu o bom senso. Ela era costureira e com este ofício criou seus filhos, dele tirou o conceito de que tudo pode ser reaproveitado, reutilizado, assim os mínimos retalhinhos que sobravam de seu trabalho principal, ela transformava em lindas colchas, almofadas e outros motivos de patchwork. E claro, este conceito serviu não só para a costura, mas aplicou-o em tudo no seu estilo de vida”.

 

Para saber mais e comprar o trabalho da artista, basta acessar o seu Blog na internet: http://nanahaynearte.blogspot.com

 

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