Notícias > Descarte incorreto de remédios contamina as águas
A contaminação da água por remédios é um tema pouco divulgado, mas bastante preocupante na sociedade atual, já que acarreta ônus à natureza e à saúde da população. Segundo especialistas, os remédios possuem componentes químicos persistentes que, se não forem tratados, retornam por meio da água.
Nos últimos anos, diversos trabalhos científicos relatando a presença de fármacos ou seus subprodutos em rios, lagos e águas subterrâneas, inclusive em águas já tratadas e destinadas ao consumo humano, foram publicados. Os estudos demonstram que grande parte das substâncias presentes nos remédios poluem o meio ambiente, como lençóis freáticos, rios e solos, além de não serem totalmente removidas pelas estações de tratamento de água e/ou esgoto.
Em
Legislação
Atualmente, no Brasil, é muito difícil encontrar postos de recolhimento de remédios vencidos ou não, mesmo nas grandes cidades. Algumas farmácias se colocaram à disposição para receber este material, mas ainda são poucas as que aceitam. É preciso fazer uma busca nos estabelecimentos das cidades para saber quais oferecem o serviço.
A legislação prevê que drogarias, farmácias de manipulação e distribuidores de produtos farmacêuticos, bem como clínicas e hospitais, têm somente a obrigação de gerir seus próprios resíduos de modo a minimizar os impactos ao meio ambiente e à saúde pública (normas da Anvisa e do Conama). Porém, não estão obrigadas a recolherem o que sobra dos produtos que vendem.
De acordo com a regulamentação, são indicados como procedimentos a serem utilizados para o descarte: a disposição do material em aterros sanitários ou sua incineração. Porém há a alegação que a incineração dos fármacos, além de gerar gás carbônico, pode liberar metais pesados e outros agentes químicos na atmosfera. Mesmo assim, ainda continua sendo a melhor opção, segundo os especialistas.
Outras saídas
Uma das poucas formas existentes para evitar o descarte é o encaminhamento dos remédios que ainda não estão vencidos e sobraram em casa para instituições que recebem, verificam a qualidade e repassam para uso de outras pessoas. Um deles é o Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFM/USP), que incentiva a devolução de medicamentos não consumidos. Após testes, aqueles que não têm condições de uso, são descartados conforme regulamentação para resíduos químicos, sendo acondicionados em um saco laranja e coletores apropriados, levados para incineração.
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