Notícias > Mudança de hábito pode fazer problemão virar sabão
Você sabia que um litro de óleo de cozinha nos rios contamina cerca de 1 milhão de litros de água, o equivalente ao consumo de uma pessoa em 14 anos? O óleo vegetal é muito utilizado no dia-a-dia das pessoas, principalmente na culinária, e pode ser reconhecido também em diversos alimentos com a chamada “gordura trans”. “As gorduras trans são um tipo específico de gordura formada por um processo de hidrogenação natural, encontrado principalmente nos alimentos industrializados como sorvetes, batata-frita, salgadinhos de pacote, pastelarias, bolos, biscoitos, entre outros; bem como as gorduras hidrogenadas e margarinas. Quando o óleo usado é descartado em pias, ralos e privadas, entope a tubulação e polui os rios, causando danos graves ao meio ambiente. Pouca gente sabe, mas diversas empresas reutilizam o óleo de cozinha comestível para a fabricação de seus produtos a partir do reaproveitamento dos componentes químicos desse óleo”, afirma Fabrício França, Diretor de Operações do Instituto Triângulo. Os usos mais comuns são para fabricar sabão, detergente, massa de vidraceiro, resinas, colas, tintas e combustível – o biodiesel.
Duas organizações não-governamentais da capital paulista já realizam há alguns anos o trabalho de coleta e reciclagem de óleo de cozinha usado: o Instituto Triângulo e a Ong Trevo. Ambas trabalham, principalmente, por meio de parcerias com estabelecimentos cadastrados, entre eles, restaurantes, empresas, hospitais, clubes e condomínios. A ong Trevo, sucessora da empresa Costacoi, atuante desde fevereiro de 1992, é uma das pioneiras na coleta e reciclagem de resíduos de óleo e gordura de fritura. Cerca de 250 toneladas de resíduos são coletados por mês. Em setembro, a ong fez parceria com a SíndicoNet, empresa que representa cerca de 15 mil condomínios
Após a reciclagem, o material recolhido vai para indústrias químicas de diversos segmentos, e também é utilizado para fabricação de sabão, nas próprias ongs. Por enquanto, no Instituto Triângulo, o óleo reciclado é destinado somente para a fabricação de sabão e é vendido apenas para as pessoas que doam. “O óleo consegue exemplificar, em uma única ação, os três aspectos do desenvolvimento sustentável. Quando a pessoa deixa de descartar seus resíduos na pia, ela está praticando a preservação ambiental. Ela está deixando de entupir o seu encanamento, impermeabilizar os solos e contaminar a água. Depois, quando ela doa o óleo, a pessoa está incentivando a inclusão social, pois está gerando emprego e renda para os jovens que trabalham no instituto reutilizando o resíduo para a fabricação do sabão. E finalmente, quando a pessoa compra o sabão, um produto ‘ecoeficiente’, a pessoa aprende o que é o consumo consciente. É a mesma coisa que na hora em que ela está fazendo compras e tem dois produtos idênticos na prateleira do supermercado, ela optar por aquele que tem uma marca socialmente mais responsável, uma embalagem ecologicamente mais correta e não apenas pela questão financeira”, finaliza ele.
Mais informações:
ONG Trevo
Instituto Triângulo